SEMINÁRIOS

Est'Ética da Psicanálise - Introdução

Resumo

1ª Parte

Local: Sede do CFRJ

Situação: Publicado pela Imago Editora, RJ, 1992. Inclui os Anexos: O Artificialismo Freudiano; Freud: 50 Anos; e Teoremas e Cataplasmas: Uma Epistemologia de Machado de Assis.

Uma ÉTICA da psicanálise centrada no Real não encontra, depois de Lacan, nenhum fundamento para mais que o VAZIO de sua instauração. A não ser que, desde esse lugar, uma impossível transcendência nem por isso deixe de hiperdeterminar a sua causação; donde o conceito de REVIRÃO, uma vez postulada a catoptria do Real.

Do que decorre que os a priori do Espaço e do Tempo devem exigir da psicanálise uma Estética Transcendental (uma energética como queria Lacan?), a qual não há sem vínculo com aquela ética assim proposta. Donde uma EST’ÉTICA a se decantar nalguma possibilidade de Juízo que, por não ser kantiano, requeira o Foraclusivo (Urteilsverwerfung) de Freud.

Este volume, que transcreve o Seminário de 1989 do autor, é seu começo nessa perquirição.

Sumário

1 –16 Mar: Id est 
Est’Éstica da psicanálise: Ética do bem dizer na produção de artifício – Redução das manifestações de sentido a uma est’ética fundamental – Inserção da psicanálise na discussão epistemológica contemporânea – Proposta de um pensamento construtural como adequação entre artifício discursivo e emergências do Haver.

2 – 30 Mar: Borboletras
Estatuto do sujeito no Haver: sujeito da denúncia, da enunciação e do enunciado – Função catóptrica e Revirão como fundamento da Est’Ética – Recenseamento de algumas posições epistemológicas contemporâneas – Proposta de novo paradigma de conhecimento a partir do Pleroma – Consideração da paradoxalidade segundo a lógica do Revirão – Lógicas da sexuação no Revirão.

3 – 06 Abr: Estar a par-e-ser
Sexologia das lógicas possíveis: masculino, feminino, falanjo e morte – Estilos de base seguem a sexo-lógica: Clássico, Barroco, Maneiro – Articulações e limites de cada lógica – Estatuto da analogia.

4 – 13 Abr: – O anti-édito
Dois preconceitos do séc. XX: redução do Impossível e cientificação – Razão transitiva freudiana como saída dos impasses do séc. XX – Questões sobre o valor pedagógico da psicanálise, sublimação e renegação.

5 – 20 Abr: Estar-e-ser a par
Entendimento do chiste a partir da lógica do Revirão – Dissimetria fundamental no Fort-Da –Unheimliche põe diferença externa radical entre Haver e Não-Haver – Verneinung mostra condenação do sujeito da denúncia – Para sujeito da denúncia falo se escreve como Revirão.

6 – 27 Abr: Ser’estar a par co’haver
Revisão da tese lacaniana da autonomia do significante – Postulação de analogia no signo lingüístico de Saussure – Relação entre Haver e Inconsciente é de analogia – Novo signo lingüístico: S/s/G – “Inconsciente é a linguagem” – Questões sobre a Gnômica das formações.

7 – 04 Mai: “libertas quae sera tamen...” 
Regime da liberdade e do poder em nível absoluto e modal – Liberdade resulta em equi-vocação – Apontamentos sobre a questão do trágico.

8 – 11 Mai: O rei de Tebas era um babaca
Crítica à noção de mito proposta pela antropologia estrutural – Reintrodução da noção de progresso em psicanálise – Equiparação do mito à neurose – Trágico é a dissimetria entre Haver e Não-Haver – O que é um herói trágico.

9 – 18 Mai: Os outros édipos também
Fundação sintomática do Nome do Pai e do Édipo – Crítica à concepção freudiana e lacaniana de falo – Revirão como constitutivo de indiferença sexual é prévio a qualquer modalização. 

10 – 01 Jun: A pedra angular
Esboço programático para o exame do conceito de recalque – Reconsideração dos conceitos freudianos de fixação e recalque – Entendimento dos processos de fixação e recalque a partir do Revirão – Esclarecimentos sobre o lugar terceiro na lógica do falo – Reconstrução da lógica do significante a partir do Revirão – Explicação do funcionamento catóptrico nos sistemas autossomático e etossomático – “Bejahung é entrada na cadeia inconsciente de uma pura afirmatividade” – Hiperdeterminação faz equivaler Lei e Desejo.

11 – 08 Jun: Da pedra angular
Interdição do incesto e paternidade são invenções neolíticas – Apontamentos sobre recalque originário e suas modalizações – Exigência de unificação e simplificação dos conceitos em psicanálise – Dinâmica entre os conceitos de fixação e recalque.

12 – 15 Jun: Ao Nome do Pai
Falo é reescrito no Revirão como indicação de Sentido – Constituição sintomática do Nome do Pai em Lacan – Distinção entre Falo e Nome do Pai – Crítica ao entendimento lacaniano daVerwerfung – Lógica da Verwerfung está subdita a uma dinâmica de recalque.

13 22 Jun: “A terceira margem do rio” – e. t. coetera
Apropriação psicanalítica da topologia do plano projetivo e da banda de Moebius – Articulação entre topologia e lógica do ternário – Esclarecimentos sobre os conceitos de Bejahung,Verneinung e Verwerfung – Crítica à pregnância sintomática (metáfora) do Nome do Pai em Lacan – Constituição do Nome como terceiro.

14 – 29 Jun: A frauta de Pã
Encerramento do semestre com apresentação e comentários de poemas de Fernando Pessoa.

15 – 17 Ago: A sandália de Empédocles
Herança artificialista em Freud – Artificialismo radical da psicanálise – Indiferenciação sustenta postura artificialista da psicanálise.

16 – 31 Ago: A lei do para-isso
Estatuto da Lei e sua modalização em perversão – “Perversidade é lançar mão de uma perversão para constitui-la em lei” – Relação intrínseca e inseparável da perversidade com a Lei – Indicações para o tratamento da questão da perversidade.

17 – 14 Set: Perversidade e megalegoria
Considerações iniciais sobre a relação entre neurose e perversidade – Postura socrática denuncia perversidade da lei – Direito se estabelece na relação da neurose com a perversidade – Exigência de distinção entre Nome do Pai e metáfora – Elementos para entendimento de neurose, psicose e morfose – Questões sobre o pedagógico em psicanálise.

18 – 28 Set: Morfoses
Vertente fóbica e perversista da morfose – Avessamento entre histeria e obsessividade na neurose – Estatuto da psicose – O que é perversão polimorfa – Relação entre Verleugnung e perversão – Exigência de entendimento teórico-clínico da perversidade.

19 – 05 Out: Real se...
Questionamento dos conceitos delimitadores de psicose e perversão – Problematização do conceito lacaniano de foraclusão – Generalização do conceito de Verleugnung – Hipótese do conceito de recalque como condição da psicose.

20 – 12 Out: Noch Kind werden
Retorno do recalcado originário – Fixação e dinâmica do recalque na psicose – Legiferação universalizante na perversidade ¹ postura indiferenciante frente a universalismos – Feminino/Psicose e Masculino/Perversão a partir da função fálica.

21 – 19 Out: Estupidez
Não há episteme definitiva – Reconsideração da psicanálise como Est’Ética – Artistificação x racismo epistêmico – Vertente paranóide e perversista no conhecimento.

22 – 26 Out: Vanguarda e rebotalho
Prejuízo do rivalitarismo na constituição e disseminação da psicanálise – Perene processo de revisão da psicanálise – Posição de vanguarda da psicanálise – Crítica ao funcionamento eclesiástico do movimento psicanalítico.

23 – 09 Nov: Acheronta movebo
Sobre o poder em psicanálise – Eqüipolência entre analista e artista? – Lugar do analista como lugar da obra de arte – Maneiro é vontade estilística que atravessa qualquer obra – Formação do analista como constituição de obra de arte.

AnexosO artificialismo freudiano: uma introdução – Freud: 50 anos – Teoremas e cataplasmas: uma epistemologia de Machado de Assis.


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